domingo, 20 de abril de 2008

Sonhos perfeitos
Vida imperfeita
Beijos são só desejos
A criança feliz
Não quis mais nada
Além do tudo
Desse meu absurdo
Que aceito, aos poucos
Que calo rouco o peito
Que desfaz o nunca feito
Te cobro, te peço o troco
E troco minha vida fugaz
Pela eternidade da paz
Por esses sentimentos bons
Que arruinam minha alma
Nesse desespero que acalma
Sou maluca, meu bem
Porque eu não te quero mal
Apenas me deixa só, só mais um instante
Eu te amo, mas me esqueceram jogada no fundo do quintal.
Sonhei acordada
Na janela sem parede
No amarelo quase verde
No beijo da namorada
Uma tinta sem cor
Um coração sem amor
Uma alma sem dor
Qual a tua flor?
Seja como for
Se o sol não se pôr mais
Se só há diferenças iguais
E tu nunca prestas atenção em mim
Se já cheguei ao fim desse poema
Vida-cinema
Sem problema nenhum
Sem psicologia, nem choro
Porque não há lágrimasLástimas de verdades
Bondades e maldades
A música que se toca não se ouve
E por fim, só houve uma meninha
Cadê meu príncipe encantado?

segunda-feira, 7 de abril de 2008

As tapas

De um erro, a felicidade
Distantes são meus contatos
A ferro n'alma, profundamente
Me marcou pelas palavras ásperas,
Estou a espera do nada perfeito
Mas tudo me custa uma dor que sempre sai
Cai a verdade, vive a honesta solidão
Tão louca, mas tão sadia
Depressa! digo-me, vagarosamente
É a vida expressa em sentimentos desvalidos
Porque ninguém, além de mim,
Se atreve a tanto...
Fujo da alma a tapas comigo mesma
Mas ainda marco, mesmo com dor, a vida
Através de palavras desordenadas, sem sentidos
Mas que, nessa vida sem sentido, sempre me dão sentidos.
Eu, completamente sem mim
E tu, perfeitamente sozinha
Me procuravas em um beijo certo
E, de repente, em um processo longo
Em largos momentos de angústia,
O teu amor já não fora mais sincero
Eu me privava da dor em teus braços
E agora dói tanto
Porque a alma ficou ainda mais tola
Mais vulnerável a sentimentos repressivos
Tu, que eras meu anjo do bem
Me transformastes em má
Da noite para o dia
Rezo ainda, meu Deus!
Para que isso mude
E tu voltes a ser comigo o que antes eras
Quero estar contigo na próxima primavera
E sentir teu abraço mais forte
Ao contrário disso
Com a vida não terei mais compromisso
E posso preferir a morte...
A vida é uma dor tão grande
Que se expande em sentimentos de alma louca
E pela boca sai as palavras desmedidas
E disso tudo, resta apenas ter que esperar a morte
Morte!? - um alívio para quem tem que deixar essa loucura,
Tão sensata que a prefiro
Tão honesta como um tiro
Me retiro dela satisfeita
E aceita essa culpa meio que feliz
Fiz o que pude para conciliá-la com os sentimentos de dor
Mas os opostos não se dão tão bem.
Pretexto do meu texto,
Rude e vulgar
Mas é meu lugar
De tudo, é meu presente
É o passado de um futuro esquecido
É um ter que nunca tido
E para sempre, nunca mais eterno
Infinitamente se define
Como um curto período de vida
É o momento que cicatriz a ferida
É a dor das alegrias e o desprezo
É a leveza da alma e o peso
Da consciência escandalosa
É o momento do nascedouro do mundo e a morte das rosas
É o cheiro da beleza descrita
É a escrita que foge da norma
E em mim, uma vida se forma
Se informa para mim, de me ter sozinha
É puro tudo isso, porque é tudo que sinto
A vida desmedida em palavras.
Mundo, resto de mim
A lua, outra metade do que eu nunca fui
Sonhei em estar na minha própria personalidade
Mas a consciência foi jogada no lixo
Verdade - mentira sincera da minha alma
É pobre quando a deixo livre
É livre quando a deixo só
E a solidão é a imensidão da minha pequena sinceridade
E é sincero quando a dor pára de maltratar
O amor dos outros está em mim
Mas é bem escondido esse infinito
É bem estranho...
É do tamanho da alma que vejo
É o beijo repulso
Meu trajeto, um acerto e um erro
Um espirro de sentir a vida vasta devasta
Que vive, que mata
Que chora e faz amor escondido
É a libido, é o mundo proíbido
Ainda bem que o mal eu já tenho
Não preciso mais ter que me esforçar
Para adquirir essa virtude.
Cada tempo meu é um adeus
E tu bem distante dos teus
Próprios sentimentos bons
Porque o que se pede
Além da sede
De ti sentir
É fugir...
Fugir de mim pra sempre
Mesmo que eu compre
A distância de compactuar
Mas nessas minhas ânsias
Pode deixar...
Eu compreendo, embora seja difícil
Pode ser um vício...
Um vício da alma
Esquece-se os traumas
Esquece-se a dor desse momento
Apesar de eu te amar tanto.
Fui uma amante da alma inescrupulosa
E essa alma vaga no peito que não há espaço
Deixei a dor ser quebrada pela consciência da filosofia
Intolerante, vivi a imundice de ser
E ser não é quase tão feliz quanto amar
Conjuguei o verbo sem o meu pronome
Fiz versos sem rimas,
Corri descalças ao encontro do desencontro
Contive o incontido de qualquer momento da poesia
Que não alegra, nem fala de paixões
Nem sequer finge, como seria o propósito
Nem liberta, nem tãopouco prende
Porque estou no desdém da própria vida.
O amor verdadeiro é mentiroso.
Eu não compreendia meu tudo em quase nada
E sempre tive a certeza do errado.
Mundo cruel, esse da bondade infeliz
Eu quis o beijo sincero da falsidade
Fui louca uma vez na vida, apenas
Quando eu tinha a alma pequena na tua imensidão
Te errei pronominalmente
Te amei erradamente
Por quê?
Para enfeitar o poema com versos doloridos
Para ter o pretexto de escrever esse texto vulgar
E te amar nunca mais, se é para ser sozinha
E ser sozinha, se é para ter que sofrer por amor.
Que amor é esse que faz a gente sofrer?
Isso não é amor
É a insistência da razão em lograr com a loucura
Sou sensata.

Ainda

Estou no delírio de estar apaixonada
Mas a alma ainda perambula pela vida inócua
Que ainda não encontrou um parecer em estar no mundo.

Estou no mundo sem saber como chegar na vida
Os beijos dos quais sempre sinto não são mais válidos
Meus delírios e fantasias estão presos na prevalência de os ser.

Não sou nada além de mim,
Pobre coitado do amor verdadeiro nunca sentido
Mas que sem sentido todo o meu peito amargurado!

Sou doce na pureza do pecado, que é amargo
Sou rima que veslumbra o poder que largo
E nunca o detive.

Agora me ouço no barulho do meu silêncio.
Estou me conhecendo por fora.
Sou sincera
Te percebo, te recebo
A vida não mais era
Sou anjo fera
E quem me dera estar ao teu lado
Meu peito calado grita
Alma feia, mas que era bonita
E se transformara em monstro
Tu és meu desencontro...
Minha embriaguez de palavras nunca pronunciadas
Nunca mais meu sempre e tu me amastes
E em qualquer parte,
Fiz minha parte
Tu me queres ainda?
Essa dor infinita que se finda
Essa alma pura e linda
Que quer a qualquer preço
Meu avesso
Meu tempo desvalido
E eu estou aqui sempre e nunca mais.

sábado, 5 de abril de 2008

Maus tratos
Meu tato em tua face
Meu retrato em teu bolso
Falto amar mais
São meus fatos escondidos
Percebo-os despercebidos
Encontro, demonstro monstros
Mato e morro e corro e socorro
E me ajudo e mudo e mudo de direção
E mudo de percepção
E mudo minha voz para falar, para calar
E é absurdo tudo isso,
Meu compromisso disperso
Meus versos inversos
Atropelos poéticos antiéticos
E apesar de tudo, escolho...
Olhos que não enxergam
Vidas que se entregam à torturas
Razão e loucura
E observem-me...Estou aqui.