domingo, 13 de julho de 2008

Espero um dia que eu tenha dias
Absolutamente sou relativa
E introspectivamente, sou solitária
Me acompanho em algo inoportuno
E pela poesia, erro pronominalmente
E quem entende bem, sabe
E quem não sabe mal, finge
O bom disso tudo, meu mundo não é mau
A alma é aberta,
Sou poeta
Sou princesa das palavras
Sou dor que encrava no belo
E para muitos, é feio tudo isso
Um compromisso disperso
Uma poesia sem versos
Uma poesia branca que fala de negros
E apesar tudo é liberdade
Uma poesia que fala de verdades
E isso tudo é uma mentira
Encontro certas palavras erradas
E isso tudo é sem sentido
Mas qual o sentido da poesia, se ela tiver sentido?
A felicidade é o infinito
Tenho fim - sou cemeço de eras
Primaveras, outonos...
E o tempo é o silêncio das guerras
A fome pressupõe o que se vai comer
A vida, o modo, as circunstâncias
As verdades que se quer seguir
As dores que se quer fugir
Tenho bondades - minha alma é serena
A expansão do que é ser pequena
A vida a curto prazo
O vazio raso
E meu tempo em atraso
Mas a felicidade é o infinito
E o tempo que é o silêncio das guerras
Eu grito!
Sou poeta.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Insignificância das palavras.
Ninguém as lê, quando não as estão escritas.
Ninguém as presume no meu vocabulário rude.
Nem na fala, nem nas expressões do corpo.
Nem a mente, nem o sentimento de dizê-las.
Vejo estrelas no céu para rimar com estrelas do mar
E beijo a lua, e faço-a lograr.
Sou o sol que se desencontra da lua sempre,
Mas as palavras fazem-nas se encontrar.
E hoje à noite, em mim, estou a tentar
E no modo do silêncio digo tantas coisas, a soluçar
E como sempre, ninguém a escutar.
Tenho um mundo poético para a vida desvendar
E na prolixidade da tolice,
Um mundo inteiro se disse.
Significo muito para tantas palavras.
Em cores de marfim, minha alma a se pintar
O beijo escondido foi encontrado
Morreu o sol através da dor
Que ao invés de querer vida
Quis a ferida mais profunda do peito
Uma negritude se fez, minha vida de quando em vez
A pedra grande que está no caminho
A perda dos abraços e carinhos da amada
Uma preocupação despreocupada da vida quotidiana
Nessa minha certeza da vida que se engana
Meu sagrado é alma profana
Ao redor da dor
Penso e dispenso a profundidade de estar sofrendo
Em poesias desarticuladas e desmetrificadas
Na insanidade de amar incompreendidamente.
Fui uma amante da alma inescrupulosa
E essa alma vaga no peito que não há espaço
Deixei a dor ser quebrada pela consciência da filosofiaI
ntolerante, vivi a imundice de ser
E ser não é quase tão feliz quanto amar
Conjuguei o verbo sem o meu pronome
Fiz versos sem rimas,
Corri descalças ao encontro do desencontro
Contive o incontido de qualquer momento da poesia
Que não alegra, nem fala de paixões
Nem sequer finge, como seria o propósito
Nem liberta, nem tampouco prende
Porque estou no desdém da própria vida.
Eu vou em versos tentar fazer
Uma compreensão do que é viver
Fazendo uma contextualização de mim
E o porquê de um possível fim.

Eu sempre amei nessa vida
Sempre quis do bem ser
Mas me fizeram grandes feridas
Aos poucos, fizeram-me morrer.

Os sonhos se perdem nos pesadelos
O mundo maravilhoso é imundo
Um dia pensei em tê-lo
Mas aconteceu um corte profundo.

É que a realidade é difícil demais
E nesse jogo, a subjetividade não tem vez
Poucos têm sempre mais
E para muitos só sobra o talvez.

Sempre ouvi dizer que só a luta muda a vida
Mas essa luta tem que ser armada
Porque senão for dessa forma devida
A luta não mudará nada.

É que os mais fortes sempre vencem
Essa é uma lei cruel
Todos do poder se entendem
O resto sempre é o réu.

A fraqueza fortalece a hipocrisia
Que disso que falo não quer saber
Nem sequer gosta de poesia
Não deixa a sentimentalidade viver.

Por isso, é muito complicado para mim
Tentar conviver com essas pessoas
Não se suporta, porque incomoda sim
Dizem que não sou boa.

Mas não sou boa, por quê? Para quem?
Não deixam a humildade ser feliz
Ninguém se importa com ninguém
Viver humanamente é o que sempre quis.

Essa vai particularmente para uma amiga minha
Que, talvez, também não compreenda
Agora sou sozinha
Preciso que nossa amizade reacenda.

Eu só queria que você me entendesse, Vanderléia
Que o que fiz foi só te amar
Mas a verdade é muito séria
Não deixa a vida lograr.

A decepção é muito grande
O tombo é muito maior
Uma escuridão sobre mim se expande
A cada dia que passa, fico mais só.

Eu quero um amor
Para me dar carinho eternamente
E destrua qualquer dor
Faça-me sentir gente.

Os homens não compreendem isso
Não me vêem como mulher
Talvez eu seja um lixo
Por isso ninguém me quer.

Eu quero ir embora
Não dá mais certo viver assim
Cansei de ser uma menina que sempre chora
Já é hora do meu fim.

Não quero mais a loucura
Também não aceito a razão,
Porque a razão é uma doença sem cura
E ser sensata só traz desilusão.
Meu corpo desconsiderado pela masculinidade
Sem alguém que compreenda e queira todo meu amor e carinho
Minha feminilidade descontraída e traída
Algo que se perceba, além da minha vida carnal,
Meus sentimentos de paixão,
Escondidos atrás da pureza da alma inescrupulosa que me fizeres
Da maldade boa que me destes
Da dor bondosa que me arrancastes ao me enganar
Meu sexo se esconde na divindade dos homens
Ao esforço que faço para viver
E minha paixão feia escondida
E meu pudor desenhado em versos desmetrificados
Deixados de serem políticos,
Mal educados,
E louca que sou
Mas preciso da razão
Tenho vontade de não mais chorar
De não ser mais louca e me perdoar para pecar
E ter o ódio como tema de um poema sem rimas
Mas amo, e meu pecado é esse,
Amo e sou tola por isso.

Poesia Secreta

Sentimentos não sentidos, sem sentidos.
Vagarosamente no barulho
Não se tem mais o que nunca tido, e sempre assim,
De outro jeito,
De qualquer jeito que for
Por falta de amor
E sombra que assombra a alma
No peito um aperto que desaperta meu mundo coberto
Abro-me aos horizontes de um monte de mentiras de mim
No espelho da vida que da morte quer ser amante
E que não ama essa alma tediante
E que incessante a mim, tudo cessa.
Desconversa meu eu em tudo, inclusive a mim,
Que sufoca aos poucos pela vontade de não ter vontades
Porque tudo que vem a compreender esse momento
Não possui momentos nesse instante de melancolia
De poesia não lida, nem compreendida
Nem sequer uma mulher de um homem sem nome
Da fome, serei o remédio.
Que não adianta, só há tédios.
Meu corpo magérrimo não se encontra em desejos
Meus beijos nunca são beijados com fogo que arde a alma masculina
Minhas poesias não conversam a profundidade do amor
É carnal todo esse sentimento
É desinteressante toda essa dor,
Porque na realidade, o real nunca foi causado pela ilusão.
E é ilusório de que toda a vida não passa de uma utopia.
A vida é um homem que toma uma mulher como que um animal faminto devora uma lata de lixo.
Eis minha poesia secreta.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Estou de noite te adormecendo em meus sonhos loucos
Sou sol que queima essa chuva em teu rosto
Te indago por que quem sou eu para julgar?
Um verbo inconjugável
Um fim interminável
Um espaço sem lugar.

Estou chovendo em tua alma
Esse meu outono cheio de invernos
Esse fim eterno
E essa ânsia pelas tuas distâncias.

Te persigo, estou assombração
Te dou atenção
E em mim só há tensão...
E quem sou eu para falar disso tudo?
Esse absurdo sou e vivo aqui
Sobrevivo às circunstâncias...

E estou em ventania...
Te escrevo e rasgo papel digital
Datilógrafo esse poema nessa alma insentível.