terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Diante do meu túmulo
Perdida nas ansiedades
Dominada pela insônia
Sinto vontade de viajar pelo espaço
Pelo espaço sideral
Pelo espaço oco
Pelo espaço dos teus braços
Pelo espaço entre as estrelas e minha alma
Pelo espaço incotido que me contém;

Não desisto pela imensidão dos meus pensamentos
Pela crença da beleza feia
Pelo poder de despoderar
Nem pelas contradições que me definem;

Fora da minha força subversiva
Subentendo verdades
Entre a beleza burguesa
E a liberdade de desistir;

Cai a noite
Pelas rezas que não funcionam
Pela flexibilidade de não se condenar
Pelo pecado religioso
E o processo da tolice;

Decidi, ideologicamente
Que a liberdade
Se não é ser livre enquanto vivo
É escolher não ser nada:
não ser atéia, não ser religiosa
Não ser comunista, capitalista ou anarquista
Não ser o mundo ao inverso
Nem o padrão normal
Não ser Deus, nem o céu inescrupuloso
Ser, apenas, uma simples alma
Em busca de carinho;

Mas já que tudo isso é impossível
Só resta viver o que convém,
O que entre as mãos se revela.

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